Wednesday, November 11, 2009

Cheiro de travesseiro

Eu me remeto... a somente alguns meses atrás... e remeto somente minha memória...


Abro o olho, vejo a beleza, ou melhor, o que há de mais belo no mundo me ofusca(desculpe se eu perdi o dom de escrever como se o amor me inebriasse).


Passo os dedos por seus cabelos, isto é uma forma de me sentir seguro e, ao mesmo tempo, resguardar para mim que o momento é real.


Ouço sua respiração. Ouço o tempo que não passa e apenas ameaça. Ouço cada sílaba do meu dizer: amo você.


Não me canso. Não me permito a pensar em outra coisa.


Apenas admiro a forma como você dorme. Admito que se algo de belo existe no dicionário teríamos descrito esta imagem.


Sua respiração continua. Eu agradeço...


Eu, estatua, sou fonte do seu aconchego. Seu corpo, na horizontal, se desloca em direção ao meu. O afago, o conforto se evidencia quando realidade e modificada por teu comportamento comum em muitas noites que nos vimos assim.


Estou completo. Teus olhos abrem. Miram minha face deslumbrada com tamanha beleza.


A ausência reportada por tua presença me faz cheirar todos os travesseiros em busca de presença vazia de existir.



João Ricardo


um dia desses.....

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